Povoados e Laranjas - (História)
Por esta região passaram ou se fixaram os mais diversos povos, desde os Celtiberos ou Mouros (antes e depois da era de Cristo).
A presença destes povos é fundamentada nas antas ainda existentes, nos castros com alguns simples vestígios e nos restos arqueológicos. Destas relíquias ainda por aí há testemunhos.
As antas são uma construção sepulcral com pedras que pesam toneladas, o que revela ter havido junto destas aglomerados populacionais. Na região encontram-se várias antas, mas a mais próxima de Galveias é a anta da capela, situada na herdade com o mesmo nome e na margem direita da ribeira do Cantarinho. Os terrenos onde se encontra a anta pertenceram ao extinto concelho de Galveias (arqueólogo português – Dr. Leite Vasconcelos).
Os castros são também designados por castelos antigos ou fortalezas. O castro era um povoado permanente ou apenas para refugio das populações em caso de ataques. Temos como exemplo o castelo de Serrazola (situado na margem direita da ribeira das Vinhas e ao cimo do vale do Alfarrajão), que foi atacado pelos vândalos no ano 411 e os seus povoadores foram abrigados no castelo de Seda. Do castelo de Serrazola pouco resta além do sítio (roteiro dos monumentos militares portugueses – General João de Almeida).
Dos achados arqueológicos, os vestígios de povoados na área do concelho de Ponte de Sor, embora escassos indicam diferentes tipos de implantação. Entre os locais de habitat identificados temos uma ocupação pré-histórica de um povoado na serra, localizado na vertente de uma linha que desce em direção à ribeira de Sor e mais não apresenta quaisquer preocupações defensivas e paralelamente próximo de Galveias – S. Saturnino. No topo detém um bom domínio visual de passagem e onde há vestígios de muros (carta arqueológica do concelho de Ponte de Sor).
O povoado de S. Saturnino, foi sem duvida o que tenha sido mais representativo devido à sua proximidade com a atual povoação. Estes terrenos foram conquistados por D. Afonso Henriques aos mouros e vieram a pertencer ao cavaleiro Gomes Pais e depois doou estas terras e searas à Ordem dos Templários. Em 1211 a Ordem de Avis tomou posse deste território e Galveias veio a ser fundada em 1304 por D. Lourenço Afonso – Mestre da Ordem de Avis. Distribuiu estas terras a quem quisesse cultivá-las (mas como ficou povoado anteriormente) desde há muito que já por aqui havia povoadores nos trabalhos agrícolas.
A laranjeira é originária da Ásia, mais precisamente de países como: a China, Índia, Birmânia e a Malásia.
A mais antiga referência das laranjas é por volta do ano 2000 (antes de cristo), aparecem obras literárias chinesas. Segundo a opinião de alguns historiadores a laranja veio para a europa na idade média, através de mercadores portugueses. Por esta razão em alguns países a laranja doce é conhecida como sendo portuguesa e chamam-lhe em grego portokali (em turco portakali, em romeno portocalha e em italiano portugalho).
Potugal encontra-se geograficamente próximo dos países mediterrânicos, os quais têm ótimas condições climatéricas para a plantação da laranjeira e o desenvolvimento do respetivo fruto – a laranja. Esta condição de clima adequada aparece no algarve, na região de Setúbal e outras zonas do país.
Galveias é atravessada numa pequena cordilheira: os cabeços de S. Saturnino, igreja matriz, outeiro da Forca e a serra da Lameira. Foi nos vales situados entre estes cabeços - Curral, Fonte da Vila, Vale das Mós / Lameira, Pedrão e outros, devido ao clima favorável, fertilidade dos terrenos e abundância de água, que surgiram as plantações dos laranjais.
A plantação destes históricos e famosos laranjais devem-se aos remotos povoadores (anteriormente referidos) e, ganhou raízes de tal forma que ainda hoje em qualquer quintal se encontra uma laranjeira ou um limoeiro, uma característica muito galveense.
Segundo diz a lenda, foram estes seculares laranjais que deram origem ao primeiro nome da povoação – Vila Nova dos Laranjais, onde residiu e desenvolveu a história da celebre Menina do Laranjal (Etnografia portuguesa – Dr. Leite Vasconcelos).